A Varicela, ou Catapora, como é popularmente conhecida, é uma doença infecciosa, de natureza viral, altamente contagiosa em qualquer fase da vida. Cerca de 95% dos contatantes familiares são suscetíveis de adquirir a doença, caso não tenham sido vacinados.
A prevalência desta infecção é nos meses de inverno e primavera e o contágio se faz pelas gotículas de saliva entre os contatantes, e também pelo contato direto com as lesões da pele do portador. O período de transmissibilidade ocorre desde 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões, até que todas as vesículas estejam secas, o que ocorre, habitualmente, dentro de 10 dias.
A doença manifesta-se com febre alta e centenas de vesículas em todo o corpo, e, embora, geralmente benigna, a Varicela pode estar associada a sérias complicações como Superinfecção Bacteriana, Pneumonia, Encefalite, Celulite Bacteriana, Hemorragias, e até mesmo ocasionar a morte.
Crianças portadoras de doenças que comprometam a sua imunidade, ou que estejam recebendo remédios para tratamento de doenças crônicas, correm sérios riscos ao contrair a doença.
Os adultos, que não tiveram Catapora na infância, são suscetíveis de adquirir a doença em qualquer fase da vida, e em geral de forma mais grave. Na gestante, até o sexto mês, a Varicela encerra um risco potencial para o feto.
Não há um tratamento específico para a Varicela, limitando-se aos cuidados gerais e a higiene corporal. Nas complicações, entretanto, o tratamento exige hospitalização.
O isolamento da criança é importante para se evitar o contágio, principalmente entre os colegas de escola, creches, professoras, mulheres grávidas, e também para evitar possíveis complicações no portador, já que sua imunidade está comprometida pela doença.
O conceito de que a Catapora é doença benigna e as crianças devem adquiri-la, não é correto, e deve, portanto, ser combatido.
Desde o surgimento da vacina Anti-Varicela, há quase trinta anos no Japão, inúmeros estudos têm comprovado o seu alto poder imunogênico, e após sua aprovação nos Estados Unidos, passou a ser utilizada em inúmeros paises, com absoluto sucesso.
A vacina está indicada para crianças a partir de 1 ano de idade, com reforço aos 5 anos. Para aqueles que não receberam a vacina segundo este esquema, recomenda-se aplicar 1 dose em qualquer fase até aos 12 anos e acima desta idade, devem-se aplicar 2 doses com intervalo de 4 a 8 semanas.
Quando de um contato com portador, se aplicada a vacina até o terceiro dia pós contato, será possível promover imunidade, evitando a doença ou atenuando-a.
A ciência médica caminha, naturalmente, para a prevenção das doenças, e os recursos já conseguidos devem ser utilizados o mais amplamente possível.
A excelência da proteção vacinal não deve ser, pois, negligenciada.
Dr. Alberto Dabori